A nova mulher e a transformação do romance português: revoluções sociais e literárias
DOI :
https://doi.org/10.17851/2238-3824.18.1.97-122Résumé
Resumo: Este ensaio investiga o espaço da mulher na sociedade patriarcal portuguesa em romances publicados na segunda metade do século XX: A Sibila (1954), de Agustina Bessa-Luís; O Anjo Ancorado (1958), de José Cardoso Pires; Casas Pardas (1977), de Maria Velho da Costa; História do Cerco de Lisboa (1989), de José Saramago e Não entres tão depressa nessa noite escura (2000), de António Lobo Antunes. Procuramos demonstrar como o romance, a partir da década de 50, em Portugal, passa a constituirse num espaço de discussão e reflexão acerca da nova mulher que se engendra social e literariamente. Tencionamos abordar o percurso de uma nova representação da mulher na literatura, relacionando-o às transformações da sociedade patriarcal e às mudanças estéticas do próprio gênero romanesco.
Palavras-chave: Literatura portuguesa; romance da segunda metade do século XX; personagem feminina.
Abstract: This essay investigates the space of women in the Portuguese patriarchal society in novels published in the second half of twentieth century: A Sibila (1954), by Agustina Bessa-Luís; O Anjo Ancorado (1958), by José Cardoso Pires; Casas Pardas (1977), by Maria Velho da Costa; História do Cerco de Lisboa (1989), by José Saramago and Não entres tão depressa nessa noite escura (2000), by António Lobo Antunes. It aims to show how the novel, since 1950’s, in Portugal, become a space for discussion about the new woman in the society and in the literature. This essay demonstrate the trajectory of a innovative form of woman’s representation in literature, connecting with social transformations and aesthetic changes in the novel genre.
Keywords: Portuguese literature; twentieth century novel; feminine character.