Indicadores da hanseníase no estado de minas gerais e sua relação com o índice de desenvolvimento humano municipal e a cobertura da estratégia da saúde da família
DOI:
https://doi.org/10.35699/reme.v21i1.49830Palavras-chave:
Hanseníase, Desigualdades em Saúde, Atenção Primária à SaúdeResumo
O objetivo deste estudo foi analisar a relação entre os indicadores epidemiológicos da hanseníase, a cobertura da Estratégia da Saúde da Família (ESF) e o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) em Minas Gerais - Brasil, no período de 1998 a 2013. Trata-se de um estudo ecológico. A forma de mensurar as condições de vida foi a partir do IDHM. Foram realizadas duas análises: uma considerando a média de cada indicador no período de 1998 a 2005, e outra de 2006 a 2013. Foi feita análise descritiva da situação epidemiológica da hanseníase, da cobertura da ESF e do IDHM em Minas Gerais. Em seguida, foi estabelecida uma relação geral entre as taxas de detecções, em menores de 15 anos e com grau 2 de incapacidade e a cobertura da ESF e o IDHM, utilizando os testes de Poisson com inflação de zeros e de Deviance. As análises foram realizadas no programa estatístico SPSS versão 19.0 e Stata versão 10.0. Os resultados sugerem redução da endemia no estado, identificado pela queda dos indicadores da doença. O aumento da cobertura da ESF contribuiu para o aumento da detecção de casos da doença, redução de casos em menores de 15 anos e com grau 2 de incapacidade. Além disso, o aumento do IDHM contribuiu para a redução de casos da doença e de incapacidade grau 2. Apesar das políticas de melhoria do acesso aos serviços de saúde e das condições de vida da população, observa-se a persistência de municípios hiperendêmicos no estado.
Referências
Organização Mundial da Saúde. Estratégia global para hanseníase: 20162020. Acelerando rumo a um mundo sem hanseníase. Genebra: Organização Mundial da Saúde; 2016.
World Health Organization. Global leprosy update, 2015: time for action, accountability and inclusion. Wkly Epidemiol Rec. 2016[citado em 2017 jan. 12]; 91(35):405-20. Disponível em: http://www.who.int/lep/resources/who_wer9135/en/
Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise de Situação de Saúde. Saúde Brasil 2009: uma análise da situação de saúde e da agenda nacional e internacional de prioridades em saúde. Brasília: Ministério da Saúde; 2010. 368 p.
World Health Organization. Weekly epidemiological Record. Global leprosy update, 2014: need for early case detection. Wkly Epidemiol Rec. 2015[citado em 2017 jan. 12];36(90):461-76. Disponível em: http://www.who.int/wer/2015/wer9036.pdf?ua=1.
Lana FCF, Davi RFL, Lanza FM, Amaral EP. Detecção da hanseníase e Índice de Desenvolvimento Humano dos municípios de Minas Gerais, Brasil. Rev Eletrônica Enferm. 2009[citado em 2017 jan. 12];11(3):539- 44. Disponível em: https://www.fen.ufg.br/fen_revista/v11/n3/pdf/v11n3a10.pdf.
Silva DRX, Ignotti E, SouzaSantos R, Hacon SS. Hanseníase, condições sociais e desmatamento na Amazônia brasileira. Rev Panam Salud Publica. 2010[citado em 2017 jan. 12];27(4):268-75. Disponível em: https://www.scielosp.org/pdf/rpsp/v27n4/a05v27n4.pdf
Pereira Júnior FAC. Motivos do abandono ou interrupção do tratamento da hanseníase: uma revisão sistemática da literatura [monografia]. Recife: Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, Fundação Oswaldo Cruz; 2011. 42 p.
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Atlas do Desenvolvimento Humano: consulta. Brasília: PNUD; 2013. [citado em 2016 maio 15]. Disponível em: http://www.atlasbrasil.org.br/2013/pt/consulta/.
Raposo MT, Neme IB. Assessment of integration of the Leprosy Program into primary health care in Aracaju, State of Sergipe, Brazil. Rev Soc Bras Med Trop. 2012[citado em 2016 jun. 15];45(2):20-38. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S003786822012000200013.
Siddiqui MR, Velidi NR, Pati S, Rath N, Kanungo AK, Bhanjadeo AK, et al. Integration of leprosy elimination into primary health care in Orissa, India. PLoSOne. 2009[citado em 2015 abr. 23];4(12):e8351. Disponível em: http://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0008351.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. Censo Demográfico de 2010. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística; 2010. [citado em 2017 abr. 05]. Disponível em: http://censo2010.ibge.gov.br/resultados.html.
Ministério da Saúde (BR). Portaria nº 149, de 03 de fevereiro de 2016. Aprova as Diretrizes para Vigilância, Atenção e Eliminação da Hanseníase como Problema de Saúde Pública, com a finalidade de orientar os gestores e os profissionais dos serviços de saúde. Brasília: Ministério da Saúde; 2016.
Ministério da Saúde (BR). Departamento de Atenção Básica. Histórico de Cobertura da Saúde da Família. Brasília: Ministério da Saúde ; 2012. [citado em 2017 jan. 14]. Disponível em: http://189.28.128.100/dab/docs/geral/historico_cobertura_sf_nota_tecnica.pdf.
Visschedijk J, Engelhard A, Lever P, Grossi M, Feenstra P. Leprosy control strategies and the integration of health services: an international perspective. Cad Saúde Pública. 2003[citado em 2015 jan. 20];19(6):1567- -81. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102311X2003000600002
Nery JS, Pereira SM, Rasella D, Penna MLF, Aquino R, Rodrigues LC, et al. Effect of the Brazilian conditional cash transfer and primary health care programs on the new case detection rate of leprosy. PLos Negl Trop Dis. 2014[citado em 2015 jun. 10];8(11):e3357. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4239003/.
Aquino R, Oliveira NF, Barreto ML. Impact of the family health program on infant mortality in Brazilian municipalities. Am J Public Health. 2009[citado em 2015 jun. 10];99(1):87-93. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2636620/.
Mendoça CS. Saúde da Família, agora mais do que nunca! Ciênc Saúde Coletiva. 2009[citado em 2017 jan. 12];14(1):14937. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-81232009000800022&script=sci_abstract&tlng=pt
Penna MLF, Grosi MAF, Penna GO. Country Profile: Leprosy in Brazil. Lepr Rev. 2013[citado em 2017 jan. 16];84(4):308-15. Disponível em: https://pdfs.semanticscholar.org/3ed2/719992ea7f3a33d7436d4e0f0732b31ccc57.pdf
Penna MLF, Oliveira MLW, Carmo EH, Penna GO, Temporão JG. Influência do aumento do acesso à atenção básica no comportamento da taxa de detecção de hanseníase de 1980 a 2006. Rev Soc Bras Med Trop. 2008[citado em 2016 dez. 21];41(2):6-10. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0037-86822008000700003&script=sci_abstract&tlng=pt
Oliveira CR. Prevenção de incapacidades na hanseníase. In: Alves ED, Ferreira TL, Nery I, editores. Hanseníase: avanços e desafios. Brasília: NESPROM; 2014. p.259-95.
Organização Mundial da Saúde. Estratégia global aprimorada para redução adicional da carga da hanseníase: período do plano: 2011- 2015. Brasília: Organização PanAmericana da Saúde; 2010.
Meima A, Irgens LM, Van Oortmarssen GJ, Richardus JH, Habbema JD. Disappearance of leprosy from Norway: an exploration of critical factors using an epidemiological modelling approach. Int J Epidemiol. 2002[citado em 2017 out. 15];31(5):991- 1000. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12435774
Ito T. The epidemiological situation in South East Asia. Lepr Rev. 1981[citado em 2017 ago. 21];52(Suppl 1):43- 51. Disponível em: http://leprev.ilsl.br/pdfs/1981/v52s1/pdf/v52s1a06.pdf
Alfonso JL, Vich FA, Vilata JJ, Las Aguas TJ. Factors contributing to the decline of leprosy in Spain in the second half of the twentieth century. Int J Leprosy. 2005[citado em 2017 jan. 12];73(4):258-68. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16830635
Scandar Neto WJ, Jannuzzi PM, Silva PLN. Sistemas de indicadores ou indicadores sintéticos: do que precisam os gestores de programas sociais. In: Henrique R, Franco CTS, Teles JL, editores. Educação na diversidade: como indicar as diferenças? Brasília: MEC/Unesco; 2006.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2018 Reme: Revista Mineira de Enfermagem

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.