Morbidade hospitalar de crianças menores de cinco anos em um município brasileiro de fronteira

Autores

  • Ana Caroline Souza Universidade Estadual do Oeste do Paraná - Unioeste, Curso de Graduação em Enfermagem. Foz do Iguaçu, PR - Brasil https://orcid.org/0000-0002-7442-0628
  • Helder Ferreira Universidade Estadual do Oeste do Paraná - Unioeste, Curso de Graduação em Enfermagem. Foz do Iguaçu, PR - Brasil https://orcid.org/0000-0003-0715-8057
  • Ana Paula Contiero Universidade Estadual do Oeste do Paraná - Unioeste, Mestrado em Saúde Pública em Região de Fronteira. Foz do Iguaçu, PR - Brasil https://orcid.org/0000-0002-7251-6423
  • Rosane Meire Munhak Silva Universidade Estadual do Oeste do Paraná - Unioeste, Mestrado em Saúde Pública em Região de Fronteira. Foz do Iguaçu, PR - Brasil https://orcid.org/0000-0003-3355-0132
  • Adriana Zilly Universidade Estadual do Oeste do Paraná - Unioeste, Mestrado em Saúde Pública em Região de Fronteira. Foz do Iguaçu, PR - Brasil https://orcid.org/0000-0002-8714-8205
  • Maria Cândida de Carvalho Furtado Universidade de São Paulo - USP, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto. Ribeirão Preto, SP - Brasil https://orcid.org/0000-0001-7942-4110
  • Rosangela Pimenta Ferrari Universidade Estadual de Londrina - UEL, Curso de Gradução em Enfermagem. Londrina, PR - Brasil https://orcid.org/0000-0003-0157-7461

DOI:

https://doi.org/10.35699/reme.v26i.38662

Palavras-chave:

Hospitalização, Atenção Primária à Saúde, Saúde da Criança, Saúde na Fronteira

Resumo

Objetivo: descrever as causas de hospitalização de crianças menores de cinco anos e os fatores associados às internações evitáveis em município brasileiro de tríplice fronteira. Método: estudo transversal, de morbidade hospitalar, com coleta de dados em prontuários, no hospital público de referência para atendimento pediátrico em município de tríplice fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina, no período de maio de 2017 a abril de 2018. As hospitalizações foram classificadas em evitáveis e não evitáveis. As variáveis independentes foram: diagnóstico médico; sexo; idade; período de internação; desfecho e país de residência. Foram estimadas as razões de prevalência bruta e ajustada pelo modelo de regressão log-binomial para verificar a associação entre a variável dependente, internações evitáveis e as variáveis independentes. Resultados: ocorreram 758 hospitalizações, sendo 45,1% consideradas evitáveis. As principais causas de internação foram as doenças do aparelho respiratório (42,8%), o grupo de causas indefinidas (13,8%) e as doenças infecciosas e parasitárias (10%). As hospitalizações evitáveis estiveram associadas com a faixa etária menor de um ano, maior tempo de internação e com o desfecho alta para casa. Conclusão: as internações evitáveis foram responsáveis por quase metade das hospitalizações, em sua maioria, por doenças do aparelho respiratório, sendo associadas em menores de um ano, maior tempo de hospitalização e melhor desfecho. Esses achados sugerem a necessidade de fortalecer as ações da Atenção Primária à Saúde por meio de investimento financeiro adequado para reduzir as hospitalizações desnecessárias.

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Publicado

08-04-2022

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Como Citar

1.
Morbidade hospitalar de crianças menores de cinco anos em um município brasileiro de fronteira. REME Rev Min Enferm. [Internet]. 8º de abril de 2022 [citado 24º de abril de 2025];26. Disponível em: https://periodicos-des.cecom.ufmg.br/index.php/reme/article/view/38662

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