Fundamentos biomecânicos da postura e suas implicações na performance da flauta
Palavras-chave:
Música e biomecânica, Postura, Flauta, Performance, Saúde do músicoResumo
O estudo sistemático de um instrumento musical não é uma tarefa simples e implica numa demanda física e emocional difícil de imaginar por quem não se dedica a essa atividade. Pesquisadores reconhecem que tal demanda afeta significativamente a carreira do músico instrumentista e pesquisas importantes têm sido conduzidas sobre este assunto. Diante deste contexto, este artigo apresenta um estudo dos fundamentos da biomecânica da postura e suas implicações na performance da flauta. A partir da conceituação da postura normal, considerando o centro de gravidade corporal, a musculatura da estática e a postura normal em pé e sentada, foram elencados os aspectos fundamentais da biomecânica da postura na performance da flauta e as alterações posturais inerentes à sua performance.
Referências
ACKERMANN, B. J. et al. Incidence of injury and attitudes to injury management in skilled flute players. Work. 2011; 40(3):255-9.
ALMEIDA, A. et al. The kinetics and acoustics of fingering and note transitions on the flute. Journal of Acoust Soc Am. 2009 Sep;126(3):1521-9.
AMADIO, A. C.; MOCHIZUKI, L. Aspectos biomecânicos da postura ereta: a relação entre o certo de massa e o centro de pressão. Revista portuguesa de ciência de desporto. Escola de Educação Física e Esporte, Universidade de São Paulo. v.3, n.3, p.77-83. 2003.
BARCELLOS, C.; IMBIRIBA, L. A. Alterações posturais e do equilíbrio corporal na primeira posição em ponta do balé clássico. Revista Paulista de Educação Física, v.16, n.1, p.43-52, jan./jun. 2002.
BARKER, S. Técnica de Alexander: aprendendo a usar seu corpo para obter a energia total. São Paulo: Summus, 1991.
BENJJANI, F. J. et al. Musculoskeletal and neuromuscular conditions of instrumental musicians. Archives of Physical Medicine and Rehabilitation, 77, n.4 (Apr.1996): 406-413.
BIENFAIT, M. As bases da fisiologia da terapia manual. São Paulo: Summus, 2000.
BRICOT, B. Posturologia. São Paulo: Editor Ícone. 2001.
BRODSKY, M. Peforming artists and self care. UCLA Center for East-West Medicine, Santa Monica, CA. 2006.
COSTA, C. P. Ergonomia aplicada às práticas musicais: um novo enfoque para o músico em formação. In: Anais Congresso anual da Abem, XIV, 2005. Belo Horizonte: ABEM, 2005, p.1-6.
COURY, H. G. Trabalhando sentado. São Carlos: UFSCar, 1995.
CRASKE, M. G. e CRAIG, K. D. Musical performance anxiety: the three-systems model and self-efficacy theory. Behavior Research and Therapy, n.22, v.3, p.267-280, 1984.
D’AVILA, R. C. Algumas considerações sobre a postura para tocar flauta. Revista Pattapio online n.22.2003. Disponível em: <http://www.geocities.com/abraf.geo/pattapio22.htm>. Acesso em: 14/03/ 2005.
DAWSON, W. Upper extremity difficulties in the dedicated amateur instrumentalists. Medical Problems of Performing Artists. n.16, p.152-156, 2001.
DEBOST, M. The simple flute: from A to Z. New York: Oxford University Press, 2002.
DOMMERHOLT, J. Posture. In: Tubiana, R.; Amadio, P. C. (eds) Medical Problems of the Instrumentalist Musician (p.399-419), Londres: Martin Dunitz Lt, 2000.
DUARTE, M. et al. Effects of body lean and visual information on the equilibrium maintenance during stance. Experimental Brain Research, n.146, p.60-69, 2002.
FERREIRA, A. B. de H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. 2 ed. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira S.A, 1986. p.1373.
FONSECA, J. G. M. Freqüência dos problemas neuromusculares ocupacionais de pianistas e sua relação com a técnica pianística: uma leitura transdisciplinar da medicina do músico. Tese de Doutorado - Universidade Federal de Minas Gerais. Faculdade de Medicina, 2007.
FONSECA, M. P. M. Os principais desconfortos físico-posturais dos Flautistas e suas implicações no estudo na performance da flauta. Dissertação (Mestrado em Música) – Escola de Música da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, 2005.
______. Os fundamentos biomecânicos da postura corporal e suas implicações na performance da flauta. In: VIII Festival Internacional de Flautistas, 2008, Maringá, PR. Evento Científico da Associação Brasileira de Flautistas, 2008.
______. Os principais desconfortos físico-posturais dos flautistas e suas implicações no estudo e na performance da flauta. In: Anais do III Simpósio de Cognição e Artes Musicais Internacional. Salvador: EDUFBA, 2007, v.1. p.300-304.
FRY, H. Overuse syndrome in musicians -100 years ago. The Medical Journal of Australia, n. 145, p.620-625, 1986a.
FRY, H. Overuse syndrome of the upper limb in musicians. The Medical Journal of Australia, n. 144, p.182-185, 1986b.
GARDINER, D. Manual de terapia por exercícios. São Paulo: Editora e Livraria Santos,1986.
GRAF, P. L. Check-up: 20 Basic Studies for Flautists. Mainz: Editora Schott, 1991.
GRANDJEAN, E. Manual de ergonomia: adaptando o trabalho ao homem. Tradução: João Pedro Stein. 4ª edição. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.
HARRISON, H. How to play the flute. New York: Saint Martin’s Press, 1983.
HORAK, F. B. et al. Postural orientation and equilibrium. In: Rowell, L. B.; Shepard, J. T. (eds.) Handbook of physiology. New York, Oxford University Press, 1996.
KENDALL, F. P. et al. Músculos: provas e funções. São Paulo: Editora Manole, 1995.
KIMACHI, R. Flauta sem Mistérios. Revista Weril número 140, São Paulo, 2002. Disponível em: < www.weril.com.br/dicas.asp?area=5>. Acesso em: 14/03/2005.
KOPPEJAN, S. et al. Hand and arm problems in flautists and a design for prevention. Erasmus MC, University Medical Center Rotterdam, Dept. of Biomedical Physics and Technology.49 (3): 316- 22.2006. Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16540442>. Acesso em: 23/05/2012.
LIDA, I. Ergonomia: projeto e produção. 2ªed. São Paulo: Ed. Edgar Blücher Ltda, 2005.
MATHIEU, M. C. Gestes et postures du flûtiste. Traversière Magazine. Saint-Claire sur Epte, v. 80. p.41-48, set. 2004.
MCGILL, S. Low back disorders: evidence-based prevention and rehabilitation. Canadá: Human Kinetics, 2002.
MENEGATTI, A. C. B. Avaliação biomecânica dos ajustes posturais em idosos caidores. Dissertação de mestrado – Escola de Educação Física e Esporte da USP. São Paulo, 2011.
MERRIMAN, L. et al. A focal movement disorder of the hand in six pianists. Medical Problems of Performing Artists, n.1:1, p.17-19, 1986.
MORO, A. R. P. Análise biomecânica da postura sentada: uma abordagem ergonômica do mobiliário escolar. Tese de Doutorado. Santa Maria – Rio Grande do Sul, 2000. Disponível em: http://www.efdeportes.com/efd85/ergon.htm
MOYSE, M. 24 Petit etudes melodiques. Paris: Alphonse Leduc Editions Musicales, 1932.
MOYSE, M. Enseignement complet de la flute. Paris: Alphonse Leduc Editions Musicales, 1934.
NEUMANN, D. A. Cinesiologia do aparelho musculoesquelético: fundamentos para a reablitação física. Rio de Janeiro: Editora Guanabara, 2006.
NORRIS, R. The Musician´s Survival Manual: a guide to prevent and treating injuries in instrumentalists. 3 ed. Saint Louis: Ed. ICSOM, 1997.
PAUL, B.; HARRISON, C. The Athletic Musician: a guide to playing without pain. Edição ilustrada. New York: Scarecrow Press, 1999.
PEARSON, L. Body mapping for flutists. Columbus: Andover Education, 2002.
PEQUINI, S. M. Ergonomia aplicada ao design de produtos: um estudo de casos sobre o design de bicicletas. São Paulo: Fau-Usp, 2005.
QUANTZ, J. J. Essay of a Method for Playing The Transverse Flute. London: Faber and Faber, 1966.
RANEVSKY, E. K. A embocadura na flauta transversa: como entender e dominar. 1ªedição. Rio de Janeiro: Eugênio Kundert Ranevsky, 1999.
ROSSET, L. J. New tools for the assessment of the embouchure’s biomechanics. Internacional Trumpet Guild J, p.51-53, v.81,2005.
RUMAQUELLA, M. et al. Os efeitos da postura sentada na coluna vertebral: uma revisão. Anais do 8º Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design, p.4142-46, 2008.
SAKAI, N. Hand pain attributed to overuse among professional pianists: a study of 200 cases. Medical Problems of Performing Artists, n.17:4, p.178-180, 2002.
SANTIAGO, P. F. O impacto da Técnica Alexander na atuação de músicos instrumentistas. In: Encontro Nacional da Abem, XVII. São Paulo, 2008.
SANTIAGO, P. F. A perspectiva da Técnica Alexander sobre os problemas físicos da performance pianística. In: Congresso anual da Anppom, XVI. Rio de Janeiro: Unirio, 2005, p.10-11.
SANTIAGO, P. F. An exploration of the potential contributions of the Alexander Technique to piano pedagogy. PhD Thesis, Institute of Education, University of London, 2004.
SANTIAGO, P. F. Potenciais contribuições da Técnica Alexander para a pedagogia pianística. In: Congresso anual da Anppom, XVI. Brasília: UNB. 2006. p.1-11.
SANTIAGO, P. F. The Application of Alexander Technique Principles to Piano Teaching for Beginners. London: Masters Dissertation, Institute of Education, University of London, 2001.
SHENK, D. The genius in all of us: why everything you’ve been told about genetics, and IQ is wrong. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2010.
SOUCHARD, P. E. Respiração. Tradução de Ângela Santos. São Paulo: Summus, 1989.
STEPTOE, A.; FIDLER, H. Stage fright in orchestral musicians: A study of cognitive and behavioral strategies in performance anxiety. The British Journal of Psychology, n.78, p.241-249, 2001.
STEPTOE, A. Stress, coping and stage fright in professional musicians. Psychology of Music, n.17, p.3-11, 1989.
TAFFANEL, P.; GAUBERT, P. Méthode Complète de Flûte. Paris: Editions Musicales Alphonse Leduc, 1958.
THOMPSON, L. A. Risk factors for flute-related pain among high school and college student. Dissertation prepared for the degree of doctor of musical arts. University of North Texas, May 2008.Disponível em: http://digital.library.unt.edu/permalink/meta-dc-6044:1.
VALENTINE, E. et al. The effects of lessons in the Alexander Technique on music performance in high and low stress situations. Psychology of Music, n.23, p.129-141, 1995.
VISENTIN, P.; SHAN, G. The Kinetic Charactermance: an examination of internal loads as a function of tempo. Medical Problems of Performing Artists, 18(3): 91-97, 2003.
WARRINGTON, J. et al. Upper-extremity problems in musicians related to age. Medical Problems of Performing Artists, n.17, p.131-134, 2002.
WILLIAMON, A.; THOMPSON, S. Awareness and incidence of health problems among conservatoire students. Psychology of Music, 34(4): 411-430. 2006.
WILLIAMON, A. Musical Excellence: Strategies and Techniques to Enhance Performance. Oxford: Oxford University Press. 2004.
WILSON, F.R. Acquisition and loss of skilled movement in musicians. Semin Neurol; 9: 146-151. 1989.
WURZ, H. Querflötenkunde. Baden-Baden: Dr. Klaus Piepenstock, 1998.
WYNN, P. C. B. Managing the physical demands on musical performance. In: Williamon A. (ed) Musical Excellence: Strategies and Techniques to Enhance Performance, p.41-60. Oxford: Oxford University Press, 2004.
ZAZA, C. Playing-related musculoskeletal disorders in musicians: systematic review of incidence and prevalence. Canadian Medical Association Journal, 158(8): 1019-1025. 1998.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2015 Per Musi

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Exceto onde está indicado, o conteúdo neste site está sob uma Licença Creative Commons - Atribuição 4.0 Internacional.