A escrita infamiliar a partir do olhar de duas crianças
DOI:
https://doi.org/10.35699/2317-2096.2021.29284Palavras-chave:
infamiliar , desastre , Manoel de Barros , Maurice Blanchot , Sigmund FreudResumo
A partir da leitura do livro O infamiliar [Das Unheimliche] (1919), de Sigmund Freud, este artigo busca analisar a construção da palavra poética em seu constante confrontamento com o infamiliar, que se constitui como a base inventiva e pulsional do escritor enquanto personagem-criança de seus próprios textos. Esta análise se fundamenta no estudo de um fragmento do livro L’écriture du désastre, de Maurice Blanchot, intitulado “(Uma cena primitiva?)”, e no livro Poeminha em língua de brincar, de Manoel de Barros. Entre os dois escritores trava-se um progressivo diálogo acerca da potencialidade inventiva da criança em criar e/ou imaginar a partir do infamiliar que, para além de uma cena ou de um ato específico que lhe provocará um possível trauma, se encontra na própria palavra poética. Nessa perspectiva, através do olhar infantil, propomos refletir como se apresenta o infamiliar no poema de Manoel de Barros e na escrita-poética de Maurice Blanchot.
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