As Listas em Paradise Regained: uma economia do cheio e do vazio
DOI:
https://doi.org/10.17851/2317-2096.29.4.113-128Palavras-chave:
Paradise Regained, listas, economia, John MiltonResumo
Este artigo parte dos estudos Le commerce des Mots (2006), de Madeleine Jeay, Infinity of Lists, de Umberto Eco (2009), e Philosophie des Listes (2010), de Bernard Sève, para compreender a abundância de listas no Paradise Regained, de John Milton. As listas em Paradise Regained emergem das seguintes condições: a fantasia do caos permanecendo um horizonte não cumprido, a complicada coerência entre as coisas que escapam da pior desordem e o tortuoso poder coesivo da analogia minimamente unificando uma cosmovisão que manteria o caos da realidade sob controle. Em suma, as listas no curto poema épico marcariam, por meio de uma manifestação, o traço, como uma sombra, do intratável mundo pós-queda dentro do próprio ato de “mundanização” (muito parecido com a criação de um éthos cristão alternativo), sempre deixando um espaço do nada necessariamente paradoxal e, de certa forma, surpreendente.
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