As Listas em Paradise Regained: uma economia do cheio e do vazio

Autores

DOI:

https://doi.org/10.17851/2317-2096.29.4.113-128

Palavras-chave:

Paradise Regained, listas, economia, John Milton

Resumo

Este artigo parte dos estudos Le commerce des Mots (2006), de Madeleine Jeay, Infinity of Lists, de Umberto Eco (2009), e Philosophie des Listes (2010), de Bernard Sève, para compreender a abundância de listas no Paradise Regained, de John Milton. As listas em Paradise Regained emergem das seguintes condições: a fantasia do caos permanecendo um horizonte não cumprido, a complicada coerência entre as coisas que escapam da pior desordem e o tortuoso poder coesivo da analogia minimamente unificando uma cosmovisão que manteria o caos da realidade sob controle. Em suma, as listas no curto poema épico marcariam, por meio de uma manifestação, o traço, como uma sombra, do intratável mundo pós-queda dentro do próprio ato de “mundanização” (muito parecido com a criação de um éthos cristão alternativo), sempre deixando um espaço do nada necessariamente paradoxal e, de certa forma, surpreendente.

Biografia do Autor

  • Luiz Fernando Ferreira Sá, Universidade Federal de Minas Gerais

    Professor Associado de Literaturas em Inglês na graduação e pós-graduação da FALE/UFMG.

Referências

CAVE, Terence C. The Cornucopian Text: Problems of Writing in the French Renaissance. Oxford: Clarendon, 1979.
ECO, Umberto. The Infinity of Lists. London: MacLehose, 2009.
EVERETT, Barbara. The End of the Big Names: Milton’s Epic Catalogues. In: CAREY, John (ed.). English Renaissance Studies: Presented to Dame Helen Gardner. Oxford: Clarendon Press, 1980. p. 254-270.
GOODY, Jack. La raison graphique: la domestication de la pensée sauvage. Paris: Édition de Minuit, 1979.
GRAY, Erik. Faithful Likenesses: Lists of Similes. In: Milton, Shelley, Rossetti. Texas Studies in Literature and Language, Austin, v. 48, n. 4, p. 291-311, 2006. DOI: https://doi.org/10.1353/tsl.2007.0001.
HALPERN, Richard. The Poetics of Primitive Accumulation: English Renaissance Culture and the Genealogy of Capital. London: Cornell University Press, 1991.
HAMON, Philippe. Du descriptif. Paris: Hachette, 1993.
HOLLIER, Denis. Les dépossédés (Bataille, Caillois, Leiris, Malraux, Sartre). Paris: Éditions de Minuit, 1993.
JEAY, Madeleine. Le commerce des mots: l’usage des listes dans la littérature médiévale (XIIe –XVe siècles). Geneva: Droz, 2006.
KNIGHT, Jeffrey Todd. Bound to Read: Compilations, Collections, and the Making of Renaissance Literature. Philadelphia: University of Pennsylvania Press, 2013.
KNOPPERS, Laura Lunger. Paradise Regained and the Politics of Martyrdom. Modern Philology, Chicago, v. 90, n. 2, p. 200-219, 1992. DOI: https://doi.org/10.1086/392056.
MILCENT-LAWSON, Sophie, LECOLLE, Michelle and MICHEL, Raymond. Liste et effet liste en littérature. Paris: Classiques Garnier, 2013.
MILTON, John. 1608-1674./ Paradise Lost and Paradise Regained. New York: Signet Classic, 2001.
SÁ, Luiz Fernando Ferreira; OLALQUIAGA, Mayra Helena Alves. Infinity and Voracity of Lists in John Milton’s Paradise Lost. Aletria: Revista de Estudos de Literatura, Belo Horizonte, v. 25, p. 97-112, 2015.
SÈVE, Bernard. De haut en bas: philosophie des listes. Paris: Éditions du Seuil, 2010.

Downloads

Publicado

2019-12-19

Como Citar

As Listas em Paradise Regained: uma economia do cheio e do vazio. (2019). Aletria: Revista De Estudos De Literatura, 29(4), 113-128. https://doi.org/10.17851/2317-2096.29.4.113-128