A metamorfose de Medeia na Argonáutica de Apolónio de Rodes
DOI:
https://doi.org/10.17851/2317-2096.23.1.73-83Palavras-chave:
morte de Absirto, Medeia, metamorfoseResumo
A bárbara Medeia torna-se progressivamente uma mulher grega na Argonáutica de Apolónio de Rodes. Para esta metamorfose é fundamental a morte de Absirto, pois o jovem ia no encalço dos argonautas na qualidade de tutor legal, άοσσητήρ (4.406), da irmã. Depois da sua morte elimina-se o obstáculo jurídico ao casamento de Medeia e é possível o apoio de Alcínoo. É em Drépano que ficamos a saber que a filha mais nova de Eetes deixou de ser um elemento estranho e uma bárbara aos olhos dos gregos. O juramento pela vida da princesa (4.1055-1057) que os argonautas fazem, de espada em punho, confirma o seu novo estatuto. Mais tarde, diante do gigante de bronze (4.1660-1661), ela surge na sua nova posição, enfatizada pelo gesto de Jasão que lhe dá a mão para atravessar o barco (4.1663). Medeia torna-se, ao mesmo tempo, argonauta e grega, sem nunca dissimular a sua natureza de feiticeira (4.1677). O nosso propósito é, portanto, destacar esta metamorfose, que principia com a morte de Absirto.
Referências
BERKOWITZ, GARY. Semi-public narration in Apollonius’ Argonautica. Leuven: Peeters, 2004. (Hellenistica Groningana 8)
BEYE, C. R. Jason as love-Hero in Apollonios’ Argonautica. Greek, Roman, and Byzantine Studies n. 10, p. 31-55, 1969.
BEYE, C. R. Epic and romance in the Argonautica of Apollonius. Carbondale: Southern Illinois University Press, 1982.
BREMER, J. M. Full moon and marriage in Apollonius’ Argonautica. Classical Quarterly, n. 37, p. 423-426, 1987.
BREMMER, J. N. Why did Medea kill her brother Apsyrtus? In: CLAUSS, James; JOHNSTON Sarah (Ed.). Medea: essays on Medea in myth, literature, philosophy and art. Princeton: Princeton University Press, 1997. p. 83-100.
BYRE, C. The killing of Apsyrtus in Apollonius Rhodius’ Argonautica. Phoenix, v. 50, n. 1, p. 3-16, 1996.
CLAUSS, J. J. Conquest of the mephistophelian Nausicaa: Medea’s role in Apollonius’ redefinition of the epic hero. In: CLAUSS, James; JOHNSTON Sarah (Ed.). Medea: essays on Medea in myth, literature, philosophy and art. Princeton: Princeton University Press, 1997. p. 149-177.
FRÄNKEL, H. Noten zu den ‘Argonautika’ des Apollonius. München: C. H. Beck, 1968.
GREEN, P. The Argonautika by Apollonios Rhodios. Berkeley: University of California Press, 2007.
HUNTER, R. L. The Argonautica of Apollonius of Rhodius: literary studies. Cambridge: Cambridge University Press, 1993.
HUNTER, R. L. “Short on heroics”: Jason in the Argonautica. Classical Quarterly n. 38, p. 436-453, 1988.
HUNTER, R. L. Medea’s flight: the fourth book of the Argonautica. Classical Quarterly, n. 37, p. 129-139, 1987.
HUTCHINSON, G. O. Hellenistic poetry. Oxford: Clarendon Press, 1988.
JACKSON, S. Creative selectivity in Apollonius’ Argonautica. Amsterdam: Adolf M. Hakkert, 1993.
LOURENÇO, F. Homero. Odisseia, Lisboa: Livros Cotovia, 2003.
LOURENÇO, F. Homero. Ilíada. Lisboa: Livros Cotovia, 2005.
MORI, A. The politics of Apollonius Rhodius’ Argonautica. Cambridge: Cambridge University Press, 2008.
PADUANO, G. Studi su Apollonio Rodio. Roma: Edizioni dell’Ateneo, 1972.
PORTER, J. R. Tiptoeing through the corpses: Euripides’ Electra, Apollonius, and the Bouphonia. Greek, Roman, and Byzantine Studies v. 31, n. 3, p. 255-280, 1990.
ROSENMEYER, T. G. Apollonius lyricus. Studi Italiani di Filologia Classica n. 10, p. 177-197, 1992.
SANSONE D. Iphigeneia in Colchis. In: HARDER, M. A.; REGTUIT, R. F.; WAKKER, G. C. (Ed.). Apollonius Rhodius. Leuven: Peeters, 2000. p. 155-172. (Hellenistica Groningana 4)
VIAN, F. Apollonios de Rhodes, Argonautiques. Chants I-II, v. 1, Chant III, v. 2, Chant IV, v. 3. Paris, Les Belles Lettres, 2002-2009.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2013 Ana Alexandra Alves de Sousa (Autor)

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja The Effect of Open Access).